Ao crime e aos seus atores (criminoso ou vítima), encontram-se associados elementos vários que se impõem na sociedade, como a Justiça.

Neste sentido, as análises a estes elementos revelam-se inesgotáveis, sempre atuais e pertinentes, mesmo atendendo a todas as transformações que vão ocorrendo. Assim, a abordagem multidisciplinar a estes temas acaba por se revelar imprescindível pois, dada a sua grande complexidade, consentem-se diversos pontos de vista e múltiplas interpretações.

A indagação a respeito de concetualizações teóricas e de instituições judiciais, sobretudo de um ponto de vista comparativo, emerge como uma necessidade.

Atendendo à inegável complexidade do tema que aqui se aborda, exigindo multidisciplinaridade, procurar-se-ão expor diferentes vertentes interpretativas e desiguais pontos de vista a respeito do crime e de quem o pratica, da vítima e de quem percebe a ocorrência criminal, das respostas dos mecanismos de justiça e da sociedade.

Por outro lado, entre criminoso e vítima importa também indagar a respeito das formas de prevenção, de como os espaços, os comportamentos e a forma como decorre o processo de socialização dos indivíduos podem potenciar ou reduzir as probabilidades de crime.

Na sequência do que acaba de ser referido, este livro apresenta-se dividido em três partes, procurando dar um sentido a cada uma delas, através do enquadramento e da contextualização dos diferentes textos com que cada autor foi contribuindo. Dessas diferentes contribuições emergiram temas que foram retratados e que construíram a primeira parte, sobre crime e vítimas de violência nas relações de intimidade, a parte dois, referente à justiça, aos menores em situação de perigo e aos percursos de vida e, a terceira e última parte, respeitante à sociedade, crime e reação social.

Mais que respostas, este livro coloca desafios e abre, através dos diferentes especialistas de áreas distintas, possibilidades de análise a respeito do crime, da justiça e da sociedade.